.:. Ainda em Pushkar .:. histórias dos Puranas com Ravi Sharma


 Existem 3 deuses principais no hinduísmo Brahma, Vishnu e Shiva. Brahma é o criador, Vishnu o preservador e Shiva o transformador. 
Ao contrário do que se julga, Shiva não é o destruidor no sentido negativo da palavra, mas aquele que nos permite alcançar Moksha, a libertação.

 Shiva e Vishnu tem muitos lugares sagrados de culto, mas Brahma só tem Pushkar. 
Conta-se que Brahma quis ter um lugar para si e então criou uma flor de lótus e lançou-a ao espaço. A flor caiu em Pushkar e saltou mais duas vezes. Ao cair, a flor abriu a terra e a água surgiu automaticamente nesses lugares. Então ele decidiu fazer um ritual do fogo, uma cerimónia sagrada.

Assim como nas famílias cada um tem o seu papel, Brahma chamou o seu filho Narada para fazer o ritual. Narada, por sua vez, disse à sua mãe Savitri  para se preparar para a cerimónia, mas ela atrasou-se muito. Uma vez que há uma janela de tempo auspiciosa para começar o ritual, Brahma dirigiu-se a Indra, o rei dos deuses e este foi procurar uma mulher para  poder iniciar o ritual, mas esta tinha que ser uma deusa.

  Para os hindus, a vaca é sagrada - nem sequer é considerada um animal- e por isso é chamada de mãe. Esta menina que Indra encontrou foi então engolida e passou por dentro da  vaca três vezes, sendo assim purificada dos seus karmas. Havendo passado três vezes pela vaca foi chamada de Gayatri. O prefixo Gau/gai significa vaca e ya-tri - por ter passado as três vezes por dentro da mesma. Assim a menina se tornou uma deusa.

Este foi o lugar onde o Gayatri mantra foi recitado pela primeira vez no universo - em Pushkar.
Este mantra de um modo geral deve ser manásico, isto é recitado mentalmente.

Savitri a primeira mulher de Brahma, mãe de Narada, finalmente chegou e ficou furiosa quando viu que Gayatri assumiu o seu lugar e amaldiçoou o seu marido e todos os deuses. A Brahma disse que  só em Pushkar ele poderia ser adorado. Também amaldiçoou Vishnu e disse que ele nasceria como Sita e Rama (suas sagas são contadas no épico Ramayana de Valmiki). Depois disso, Savitri subiu montanha e desapareceu.

  O lugar ficou consagrado, e assim qualquer pessoa que aqui chegasse libertar-se-ia dos seus karmas. Mas, os deuses não acharam bem porque assim, as pessoas não se esforçavam por melhorar a sua conduta. Há então, um período no mês de kartika (entre Novembro e Dezembro) que se abre aquela janela para a libertação, mas tem de se cantar um mantra específico para invocar a essa presença de Pushkar. 

 Sem dúvida, que aqui se sente uma energia diferente.

Há muita coisa que não está bem, mas como diz Ravi Sharma é como dipak, a lamparina:

 Dá luz em todas as direcções menos para baixo, valorizando tudo o que vale a pena,
que é muito mais do que aquilo que está na escuridão.





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