Deli, a última estadia


    A última estadia foi em Deli. Percorri a cidade de carro, por umas horas salvas entre voos que me resgatam para casa.  Surpreendentemente, como muitas coisas nestas últimas semanas, o meu motorista era uma mulher. Não é comum, - pensei ... mas nada é comum por aqui!?

    Já cá havia estado faz algum tempo, e dei-me conta que Nova Deli foi como uma menina que se tornou mulher. Por dentro da cidade, largas avenidas e viadutos tentam ganhar espaço arterizando a floresta tropical que ali outrora dominava. Há papoilas muito vermelhas e flores de todas as cores ladeando as estradas e os edifícios são monumentais. Há muito verde, muito espaço, muita gente e muito trânsito mas também, há uma característica maturidade capital.

   O trânsito das 14 horas não deixa de ser infernal mas, ao mesmo tempo divertido. Deve ser assustador ter um carro novo por estas bandas! Com certeza que aqui, um certo magnetismo que faz com que as coisas não se toquem pois inacreditavelmente, tudo flui. A inexpressividade dos condutores ao volante perante este caos, é incompreensível para qualquer um de nós. Eles investem na buzina mais irritante e são compreensivos com a maior das contraordenações – por exemplo andar em sentido contrário é muito comum; como o chegar mais à direita para virar à esquerda cortando as marchas alheias, o excesso de bagagem, a falta de capacetes e segurança infantil e por aí em diante... Pelo que ouvi dizer - mas não fui verificar -, ficam bem atrás no rating de acidentes diários em comparação com outros países do mundo. E olhem, que possibilidades que não faltam!


   São 7 horas da manhã e a vida começa tranquilamente. A caminho do aeroporto rendo-me a cada esquina e evito olhar para trás. Vou levantar vôo e ultrapassar esta neblina constante que cobre a cidade. Curiosamente, esse é o  fumo das queimadas agrícolas, deixando uma atmosfera poluída e de má qualidade - são as culturalidades difíceis de irradicar... No entanto, apesar de toda esta fumaça a encobrir o sol, a terra é tão fértil que não se queixa –  ela nunca descansa e está sempre pronta para se deixar semear.


  Vou de itinerário tão bem delineado que chegar parece fácil... não será de estranhar?

Harih om!




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